sábado, 8 de junho de 2013

Então, como é que um fóssil é formado? E como é que sabemos o tempo geológico a que esse fóssil e as rochas que o envolve pertencem?

Para um fóssil ter a sua designação, é preciso que ocorre a fossilização, o conjunto de fenómenos que permite os restos de seres vivos serem preservados.
Fig 3.1 Fóssil (Trilobite)


Quando um ser vivo morre (ou é morto, caso tal tiver sido provado), o meio envolvente começa a depositar sedimentos, cobrindo a forma do ser e criando um molde por acção de diagénese dos sedimentos, enquanto que este começa a sofrer decomposição das partes moles do seu corpo e/ou mineralização de partes do ser, isto é, a substituição da composição mineral pré-existente nos ossos e/ou nas partes moles do ser com a proveniente do meio encaixante.
No caso da fossilização de marcas, os sedimentos depositados, ao originar rochas sedimentares por diagénese, mantêm a forma da marca, criando assim um molde interno.

Fig 3.2 Fossilização



Em ambos os casos, as camadas que contêm os fósseis, começam a afundar para o interior da crosta por fenómenos de afundamento de terras, preservando os fósseis durante milhões de anos, nos quais voltam a ascender à superfície, alguns devido a forças de levantamento de terras, outros por fenómenos de convexão, mas, em vários casos, até os próprios fósseis são susceptíveis aos fenómenos tectónicos, magmáticos, metamórficos e até acção antropomórfica, provocando assim destruição parcial ou total dos moldes e seres fossilizados.

Para identificar o fóssil em termos cronológicos, existe dois métodos para a determinação temporal dos restos, a datação relativa e a datação absoluta.

A datação relativa consiste na determinação da idade de rochas e fósseis, utilizando princípios de intercalação e conexão entre camadas e/ou zonas onde predominam grandes depósitos fossilíferos em formações de camadas, designados por biozonas.
Fig 3.3 Datação relativa


Estes princípios são usados na Estratigrafia para identificação e prolongamento de camadas, entre eles:
- O Princípio da Sobreposição, o qual refere que numa sequência sedimentar não deformada é mais recente que sequências subjacentes;
Fig 3.4 Principio da Sobreposição

- O Princípio da Identidade Paleontológica, que diz que estratos com o mesmo conteúdo fossilífero apresentam as mesmas características em termos de idade e ambiente de origem;
Fig 3.5 Principio da idade paleontológica

- E os Princípios da Intersecção e da Inclusão, os quais, respectivamente, referem que estruturas geológicas que intersectam camadas são mais recentes que estas, e que fragmentos sedimentares incorporados dentro de outros são mais antigos que os envolventes.
Fig 3.6 Principio da inclusão e Principio da intersecção


A datação absoluta consiste na determinação da idade litológica, usando métodos que envolvem o estudo de elementos químicos presentes nas rochas, sendo o mais conhecido, a datação radiométrica.

Este método procura calcular a idade absoluta de uma rocha ao estudar isótopos radioactivos instáveis de certos elementos químicos, que têm a tendência de se desintegrarem até produzirem elementos mais estáveis, também conhecido por decaimento radioactivo.

Este decaimento é medido ao determinar o tempo que demora para metade dos núcleos iniciais de um elemento instável se transformarem em núcleos de elemento mais estável  chamado período de meia-vida.

Cada elemento tem período de semi-vida próprio e, quanto maior for a quantidade de núcleos iniciais de um isótopo, maior o número de núcleos que sofreram decaimento e, consequente, maior o tempo de duração para que tal aconteça.


Um dos isótopos mais usados para a determinação da idade de rochas e fósseis é o Carbono-14, uma vez que o seu período de meia-vida é cerca de 5700 anos, e também pelo facto de que o Carbono é um elemento constituinte em maior parte, senão de todos os seres vivos.
Fig 3.7 Datação absoluta

Referências Bibliográficas:
João Pais, Aspectos gerais da Estratigrafia,Página consultada a 8 de Junho de 2013.
João Pais, Principios fundamentais da Estratigrafia, Página consultada a 8 de Junho de 2013.
Wikipedia, Paleontologia, Página consultada a 8 de Junho de 2013

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